quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Suddenly you make me feel like there was none in the world but you and me. But it was just a lie. There was only me.

Ah, Deus! Outra vez.
Outro dia onde meus sentimentos confundem-se novamente.
Nesta vez, vejo a paixão e a dor levantarem-se contra mim em uma maldita conspiração.
Me sinto só, me sinto assustado com todas as coisas que ocorrem à minha volta.

Minha mente, agora apática, vislumbra n'um trajeto veloz todas as cenas das quais vivi.
Todos os sonhos que esperançosamente se levantaram.
Todos os sonhos que miraculosamente se desfizeram.
Quantos suspiros interrompidos pela aparência do descaso.
Quantos casos em descaso pela simples imagem de uma figura torpe e um tanto indecente.
Feição humana que desagrada, que inibe e amedronta.
Feição humana que os afasta.
Feição...Tudo ao que vêem.
Apaixonado estaria por uma idéia, por uma ideologia, por uma utopia.
Mas há feição que lembram-nos de estarem sempre com os pés no chão.
Fazem-nos perceber que nem só de idéias e filosofias vive o homem.
Finca-nos os pés no chão e impede-nos de sonhar em um dia ser amados pelo que somos.
Sempre o que somos.
Sempre como somos.
Sempre o que temos.
Ah! Vida injusta.

Sonhos que vem, sonhos que vão.
Restam pesadelos.
Pesadelos vívidos, reais, quase palpáveis que mostram a insignicância de estar vivo.
Que apontam a insignificância de amar.
Que revelam a insignificância de viver.
Então...qual o sentido?
Qual a relevância?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

?????

O que é fé?
O que é fé senão esperança?
O que é senão a crença naquilo que não se sabe ou se conhece.
Poderia alguém dizer ser possuidor deste?
Poderia alguém ter fé em si?
Poderia dizer ter fé no homem, aquele a quem julga "irmão"?
Besteira!
Não há mais fé neste mundo.
Onde a batalha foi perdida, jaz os corpos daqueles tantos que se dizia "mártires" de uma vã causa.
Neste campo de batalha, escorre o sangue em sacrifício aos que nesta terra caminham.
E caminham cegamente.
Sobre a incerteza de um destino incerto.
Pairam sobre suas cabeças a eterna dúvida de nunca saberem quem sequer são.
O que sequer conquistarão ao longo de tantos anos.
O que temos?
O que conquistamos?
Agimos demais e nos esquecemos de pensar.
Estamos nos últimos dias da racionalização.
E os instintos animais tem se sobressaído a nossa própria vontade.
Somos instintivos.
Somos irracionais, e vamos vivendo!
Quem me dera enchergar no homem um brilho nos olhos.
Uma expressão gentil que me aprouve, trazendo à tona as lembranças de minha alma.
Que me faça derramar uma lágrima sequer.
Estamos secos!
E não nos há sequer vontade de honrar a memória daqueles que lutaram por tempos melhores.
Estamos mortos para nós.
De nada somos, de nada conquistamos.
Somos apenas matéria orgânica que se perde ao longo de milhares de anos.
Adubo e solo para outras futuras espécies que se envergonharão do que nos tornamos.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Devaneios.

Os dias tem se passado, e não consigo controlar meu tempo.
Pensamentos vem e se vão.
Sentimentos que se misturam e se confundem.
Tenho estado um caos emocional. Estou um caco!
Deus me ajude a superar isto, pois já não estou aguentando mais.
Tenho pensado tanto em você (protagonista de minha vida), que já nem sei mais o que fazer.
Antes, tínhamos um contato tão intenso, algo que ardia dentro de mim (apesar de tão prematuro), e simplesmente você se foi.
Não disse aonde ia, ou se voltaria, sequer se despediu.
Deveria ter adivinhado, suas respostas que antes eram tão apaixonadas, foram se tornando secas e desconexas.
Eu queria (e quero) mais. Mas não se pode querer só. Deve ser recíproco e intenso.
A primeira vez que o vi, sabia que ali estaria um pretendente em potencial.
E mesmo a forma como ficamos juntos naquela noite, como você me beijava, me acariciava.
Sinto-me inseguro de dizer que o amo. Afinal, nem sei o que é isso.
Mas algo posso afirmar: Você foi único, foi especial à sua maneira.
Adorava a tudo o que fazia, a tudo o que falava em suas mensagens.
O que fiz para merece-lo?
O que fiz para perde-lo?
Não sei o que fazer para conquistá-lo novamente, se é que tenho chances.
Seu rosto ainda ronda meus pensamentos e mesmo sua imagem desnuda preenche os meus sonhos.
Escrevo textos para tentar suprimir, afogar esta outra frustração que a vida me traz.
Outra frustração, outra mágoa, outra dor.
Será que serei sempre só?
Será que a vida não me reserva nada de bom?

(29/09/2009) - Ainda estou vivo, e isto é o que importa, estou ganhando esta batalha pela minha vida.
Sinto-me muito estranho, parece que minha vida está do avesso.
Tenho ciclado de forma incrivelmente rápida.
Vivencio uma euforia extrema e logo após afundo-me numa depressão que parece não haver fim.
Não estou conseguindo mais suportar isso. Tem sido muito complicado.
Todas as pessoas a minha volta com as mesmas perguntas: "Você está bem?"
Ou mesmo com suas argumentações tão insosas: "Não fica assim não."
Admirável o fato de se preocuparem comigo, mas me deixem só quando perceberem que estou me sentindo abatido.
Eu recorrerei quando necessitar.
Hoje em especial vivenciei algo que me deixou extremamente abatido.
Estava na sala, quando fiz uma argumentação. Me senti ridículo por aquela argumentação, não sei o porque, e irei-me.
Saí da sala quase que passando por cima de quem se arriscasse a ficar em minha frente, fui para a entrada e fiquei fumando.
Fumei um, dois, três, ...nove cigarros. Contínuos.
Estava me sentindo terrível. Fiquei com medo de enlouquecer, olhava para as outras pessoas e as percebia olhando para mim. O que pensavam?
Estava retraído e sentia um enorme medo de me levantar do que lugar que me assentava.
Sentia como se as pessoas quizessem me ferir, ou algo do gênero.
Aquela tremenda angústia por estar lá sentado em frente a tantas pessoas e o medo de sair de lá. O que faria?
Uma apatia, um desejo de somente dormir e nunca mais acordar.
Achava que estara louco, ou que ficaria louco. Sentia estar a um passo de perder o controle de tudo e sair dali gritando numa crise de pânico, ou sei lá o que.

Mas antes, bem antes, há muito tempo que tenho tido problemas para dormir.
Sinto sono, mas não consigo dormir, me reviro na cama, balanço braços e pernas numa sincronia maldita, desenho no ar formatos de coisas que só existem na minha cabeça e creio estarem tomando formas.
Quando me inspiro, ainda me levanto, vou ao caderno e escrevo algum texto com o medo de quando acordar esquece-lo.
Não dói, mas sofro com isso, de manhã sinto-me extremamente cansado e só faço dormir.

Dias atrás vi uma pílula de rivotril que estava em cima da cama (minha mãe é quem as toma), e a engoli. O que poderia fazer? -pensei.
O dia inteiro fiquei como que zumbi, meus membros estavam mole, minhas pálpebras pesavam, mas não dormi, apenas deu um sossega.
Quando o efeito passou, comecei a soar copiosamente. Como soava. Uma onda de euforia começava a me invadir
Minha cabeça rodava com um milhão de pensamentos, minhas mãos ficavam inquietas como num tique incessante, parecia que não teria fim.
Entrei na internet e conversava com meus amigos com uma voracidade, teclava numa velocidade monstruosa. O teclado quase quebrava tamanha força que impunha sobre estes.
Conversava com meus pais ininterruptamente, e pouco a pouco fui me controlando.
Novamente, sentia que iria perder o controle; que estaria pronto a sair por aí tirando a roupa e gritando para os outros uma novidade que sequer existia, uma festa que não haveria, uma alegria falsa.
Estes tem sido os meus dias..incansáveis.
Minha consulta com a psiquiatra será na sexta.
Queria que fosse agora, pois está difícil aguentar esta barra. Parece ser tolo para muitos, mas experimente viver esta corrente emocional dia após dia, sem saber como você estará daqui 5 minutos.
Sendo uma constante bomba relógio prestes a explodir e matar a todos em sua volta.
Deus me ajude! Só pelas minhas forças, não consigo.
Deus nos abençoe.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Insights

Estou cansado, muito cansado de ser quem sou.
Cansado das mesmas pessoas a minha volta.
Cansado de procurar por alguém e nunca encontrar, ou ser encontrado.
Cansado dessa vidinha "meia-boca".
De um curso na faculdade que não me promete um futuro próspero.
Cansado de viver uma vida que nem sei se é minha mais.
Sinto-me como se fosse outro, algo que a muito desconheço.
Já tentei ser feliz de diversas formas, mas nunca alcancei a felicidade que procuro.
Nunca alcancei o amor que dizem existir.
Nunca alcancei meus sonhos.
Nunca sonhei outros sonhos e, talvez por isso seja assim, tão só.
Quero apenas me embriagar neste sentimento, nesta solidão.
Pois minhas esperanças se vão.
Quero apenas dormir neste momento, e morrer!
Quero sair de mim.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

>>>PAUSA<<<

>>>Estou cansado!<<<
No momento resolvi dar um tempo a este conto.
Procuro por algo maior e concreto e sei que levando esta fantasia adiante, não encontrarei o que busco.
Tenho vivido dias de Jó. Mas também reconheço que nada nesta vida é eterno, e meu oásis chegará.
Quero viver intensamente, quero experimentar coisas novas, quero sorrir das pequenas coisas e apreciar minha vida como uma dádiva.
Quero amar intensamente.
Não peço muito, peço compreensão.
Ah! Nestes últimos dias, olhei para o céu e vi a imensidão azul. Enevoado e triste.
O que fazer para mudar este ciclo vicioso da qual despenquei?
Todos os dias, uma rotina;
Toda rotina, seu tédio;
De todo tédio, uma nova e estranha lamúria.
E chorei...chorei pela desesperança que invade meu coração e me torna um alvo tão vulnerável às flechadas da qual sou vítima.
Se entendessem estas associações, talvez não me perguntassem se estou bem, se estou feliz, ou quiçá vivo.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

...continuação [parte V]

Dormi.
Descansei.
Acordei em sobressalto. Eram dez horas da manhã. Dormira pouco, mas já devia ir embora. Bruno ainda dormia. Como me despedir?
Achei melhor não acordá-lo, escrevi um pequeno bilhete lamentando não poder esperar que ele acordasse e, claro, terminava o bilhete com um simples e sincero “Te amo”; e o coloquei sobre a cabeceira de sua cama.
Peguei o ônibus e fiz meu caminho de volta à minha casa.
Ao que cheguei em casa, minha mãe já me esperava. Sabia que eu não tinha dormido em casa e sequer havia dado notícias, ela estava muito preocupada. Disse que havia dormido na casa de um amigo.
Bom, com um grande custo ela me perdôo por este deslize, mas sobre juramento de não repeti-lo novamente, respondi afirmativamente.
Neste dia, Bruno me ligou. Parecia mal e, respondeu apenas ser conseqüência de uma indesejada ressaca moral. Naquele dia não saímos, trocamos somente estas poucas palavras por telefone, e assim foi nos dias seguintes.
Telefonemas, algumas outras declarações. Há uma semana não nos víamos.
O tempo se arrastava naquelas férias e, logo começariam novamente minhas aulas. Enquanto a Bruno? Será que ainda se lembrava de meu rosto? Afinal, a quanto tempo não nos víamos?
Faltava uma semana para o início de minhas aulas, a ansiedade tomava conta de mim. Bruno vez ou outra me ligava, dizia estar com saudades, mas que estava muito ocupado e não podia estar saindo muito, saía do trabalho sempre muito cansado.
Mas foi naquele final de semana daquela última semana de férias que nos vimos. Marcamos outro encontro em um restaurante daqui de Goiânia, ele me pegou em casa e seguimos. As ruas passavam. As luzes da noite, já acesas, inundavam o veículo formando um tipo de caleidoscópio, estando às vezes escuro e às vezes claro, na medida em que passávamos pelos postes públicos de iluminação.
Chegamos.
Era um lugar extremamente formal onde se especializavam em vinhos e frutos do mar. Não estava acostumado àquilo.
Mal havíamos trocado palavras, o ambiente parecia desconfortável, e creio que não fui o único que achei isso.
- Bruno, está acontecendo alguma coisa? Você quase não falou comigo. – Questionei.
- Não! Estou muito bem. – Respondeu.
- Sabe, eu estava com muitas saudades de você. Havia muito tempo que não nos víamos. Se o visse na rua, capaz que não o reconheceria mais. – Brinquei.
- Nossa! Não tem tanto tempo assim não. – Bruno riu. – Mas, eu também estava com muitas saudades de você. O problema é que estava muito ocupado com o serviço e mal tinha tempo pra mim mesmo.
- Segunda-feira começa minhas aulas. – Afirmei. Mas isto era somente como uma última alternativa de tentar puxar assunto.
- Ah! Que bom. Vou querer conhecer os seus amigos também. – Respondeu Bruno. – A propósito, meus amigos adoraram você, capaz que me batem se eu terminar com você.
Sorri. Ainda bem que havia causado tão boa impressão, era isso o que eu esperava, mas de modo bastante natural, sem forçar uma personalidade que sei não possuir.
- Puxa! Não imaginei que eles fossem gostar tanto de mim. Também adorei os teus amigos, são todos muito bacanas.
Terminamos o jantar e já fomos pensando no que faríamos.
Andamos pela cidade e paramos na porta de uma boate.
- Quer entrar? – Perguntou Bruno.
- Você que sabe, estou te acompanhando.
- Não! Você está comigo. – Argumentou Bruno.
Adorei ouvir aquilo. Eu estava com ele, naquele carro estávamos a sós e, mesmo no meio de uma multidão, ainda estaríamos somente um com o outro. Somente a presença dele bastava.
Entramos e já fomos ofuscados por luzes estroboscópicas e tantos outros flashes e canhões de luz, ou mesmo pela fumaça característica destes ambientes. Naquela noite, tocava house music, um gênero que particularmente gosto, e dançamos ao som da música.
Por ser uma boate hétero, eu e Bruno evitávamos nos aproximar muito para evitar olhares ou mesmo implicações como já havia ocorrido antes.
Dançávamos e mal víamos a hora passar. Inúmeras garotas nos encaravam, pareciam estar interessadas em nós, coisa da qual não dávamos a menor bola e ainda ríamos da situação, mal sabiam estas coitadas que estávamos juntos.
Música após música, cerveja após cerveja; fomos cedendo ao cansaço e não demorou muito, já estávamos saindo.
Entramos no carro e a primeira coisa que fizemos foi nos beijar. Um beijo de saudade. Como pudemos ficar tanto tempo distante um do outro?
Beijávamos e nos abraçávamos. Dali iríamos para sua casa, ou pensava que iríamos.
Seguimos. Cruzando ruas, subindo ladeiras, até chegarmos à porta de um motel, eu desconcertei, nunca havia entrado em um antes, olhei para ele que somente ria abafadamente da situação.
Bruno pediu um quarto especial. O que seria um quarto especial?
Quando entramos no quarto especial, percebi o porquê de ser especial.
Cama redonda, vidro no teto (típico), televisão em LCD, jacuzzi e mesmo um mini salão com uma música ambiente.
Sobre a cama, estava um lençol de seda na cor pérola, um conjunto de almofadas muito bem posicionadas na cabeceira da cama e pétalas de rosas vermelhas espalhadas sobre a cama.
- Meu Deus! – Fiquei imóvel.
- Isso é só pra você. – Disse Bruno. – Quer tomar um banho? – Completou.
- Claro, vamos.
E entramos naquela banheira maravilhosa e espumante onde logo nos posicionamos, um sentado à frente do outro colocando seu peito contra minhas costas, e seus braços e pernas fazendo toda a circunferência do meu corpo.
Abraçava-me. Beijava-me. Dizia tantas coisas nos meus ouvidos que a grande maioria destas, eu ainda não conseguia assimilar. Eram inúmeras as informações sensoriais que estavam me acometendo naquele momento: A água quente que molhava nossos corpos, a espuma que graciosamente encostava-se em nossos troncos dando uma sensação quase excitante e, muito além, as mãos do Bruno que passeavam pelo meu corpo dançando desde minha cabeça, descendo e descendo, ou mesmo sua língua que pousava em meu pescoço e boca.
Aquele momento deveria ser eterno. Em menos de dois dias, minhas aulas começariam e a rotina dominaria minha vida. Não poderia deixar isto acontecer, fiz daquele momento eterno.
- Você é muito lindo! – Exclamou Bruno.
Sempre que me fazia estas afirmações, ficava sempre sem graça e encontrava resposta para tal em um beijo. E o beijei como um sinal de obrigado.
- Sabe, fico pensando se você sente por mim o mesmo que sinto por você. – Bruno perguntou.
- Porque você está me perguntando isso? – Fiquei sem entender o motivo de tal pergunta.
- Você sabe. Eu gosto muito de você. Lucíolo, eu te amo, mas e você? Me ama do jeito que eu te amo? – Fiz uma pausa. Fiquei mudo com esta pergunta que ele fez, não sabia o que responder. Amo-o, mas nunca fui de expressar sentimentos, sempre tive problemas com isso. – Estou te deixando muito sem graça? – Bruno terminou sua pergunta.
Ri e somente afirmei.
Ele se levantou da banheira, pegou sua toalha e cobriu seu corpo. Quando terminou, estendeu a mão para mim, que assistia a tudo, chamou-me para irmos para a cama.
Levantei-me e ele, prontamente já com uma toalha na mão secava-me. Me enrolei nesta toalha e quase que prontamente seguimos para a cama estando Bruno atrás de mim segurando meus ombros com suas mãos fazendo uma suave massagem.
Deitei, e logo por cima veio Bruno abraçando-me, beijando-me. Assim nos reconhecíamos, nos completávamos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

...continuação [parte IV]

O que ele queria me contar, ainda não sabia, embora, já tenha me causado um alvoroço que logo em seguida saberia ter sido desnecessário e, pelo contrário, seria o motivo de minha eterna felicidade.
- Bom, já estamos juntos a algum tempo e acho que nunca estive tão feliz em minha vida estando com outro cara.
- Acha? – imediatamente contra argumentei tentando dar um ar mais alegre àquele ambiente.
- Não! Nunca estive tão feliz antes. Tenho certeza. – E continuou: Você foi um homem que conheci tão de repente e logo já mexeu comigo.
Será que ele me diria aquilo que tanto esperava? Bom, pelo menos estando já lúcido e não sobre a influência de uma transa.
- Você é inteligente, tem um enorme carisma, é lindo e, por Deus, tem inúmeras outras qualidades. – Fiquei constrangido com tantos adjetivos. – Por isso eu quero te dizer que eu te amo.
Pronto! O que eu faria agora?
Bruno sempre soube como me constranger dizendo essas coisas, e foi neste instante que ele pegou minhas duas mãos e agarrou-as com suas mãos aproximando de seu rosto e beijando-as sobre a parte superior, logo em seguida as pôs contra seu peito e me beijando ardentemente.
Não havia muito tempo, pois tanto ele quanto eu estávamos apressados, onde ele iria para seu trabalho, e eu deveria voltar pra minha casa.
- Tem como eu vê-lo hoje? – Bruno me perguntou.
- Acho que não, pois minha mãe deve estar puta, já que dormi fora e estou até agora fora. – Neste momento, deveria ser quase meio-dia.
- Beleza, então eu te ligo. Não vou te perder, meu amor.
Aquilo foi como uma flecha no meu coração que ao mesmo tempo em que me alegrava, me deixava triste. Tanto procurei por um homem como ele e, justo no local e hora mais inusitado encontrei o meu príncipe. E chorei, chorei em seus braços.
- Ei, o que houve? – Ele perguntou com um tom quase triste por me ver daquela forma.
- Não sei! Sempre procurei o homem perfeito, e de repente, te encontrei. Você está me fazendo muito feliz. Também te amo muito.
- Não quero te ver chorar. – Ao dizer isso, me deu um forte abraço para que assim pudesse me consolar, e como me consolava.
Fomos cada um a nossos destinos na certeza de que nos veríamos novamente, na certeza de que nos amávamos.
Chegando em casa, minha mãe não parecia tão preocupada quanto das outras vezes em que dormira fora. Aquilo já era um alívio.
O resto do dia fiquei em meu quarto pensando e relembrando tudo aquilo, digerindo cada momento em que passei com ele; cada palavra dita, cada gesto, cada expressão.
Logo no início da noite meu celular toca e ouço aquela voz tão conhecida.
- E aí, está melhor?
- Muito melhor. Só estou com saudades, quero te ver de novo. – Respondi.
- Mas isso é muito fácil. Pode ser hoje? Quero te apresentar para uns amigos meus.
- Mas já? – Achei aquilo estranho, nunca havia namorado antes e pensava que se demorava um pouco para a pessoa logo ser assim apresentada ao círculo de convívio do outro.
- Sim! Falei de você para eles, o quanto você me fazia feliz, e eles estão doidos para conhecê-lo.
- Hoje? Pode ser. Minha mãe não ficou tão nervosa por eu ter demorado ontem, então acho que ela me libera hoje. – Logo respondi.
- Perfeito! Posso te pegar às dez?
- Sim! Vou te esperar.
Passei o meu endereço. Estava marcado, logo o veria novamente.
Às nove horas, já fui me arrumando para ficar pronto na hora marcada, quando recebo sua ligação dizendo que se atrasará um pouco. Tudo bem, essas coisas acontecem.
Eram quase onze quando o interfone toca. Era ele, só podia ser. Atendi e não havia errado. Desci até a portaria e o encontrei, lindo e sorridente acenando para mim. Fui em direção a ele e entramos em seu carro. Seguimos ao bar onde nos encontraríamos com seus amigos.
Era um bar hétero e de bastante movimento, onde as pessoas bebiam, comiam, conversavam e fumavam ao som de uma banda que propunha alegrar o ambiente.
- Amor, não fique nervoso, eles são super bacana e, se não se sentir a vontade, nós vamos embora.
Fiz um ligeiro sinal afirmativo com a cabeça e entramos naquele ambiente que ainda me era estranho. Era necessário um tempo até que eu me adaptasse.
E assim entramos, não de mãos dadas, pois não queríamos chamar toda a atenção para nós, mas como simples amigos aos olhos dos que nos viam.
E fomos adentrando, mesa após mesa, até finalmente pararmos diante três mesas colocadas uma ao lado da outra que tinha em si uns oito integrantes. Seus membros eram homens e mulheres lindos fisicamente e pareciam todos ser muito inteligentes e comunicativos.
Aquilo me deixou em defensiva, homens e mulheres lindos, altos e com um belo porte atlético.
Bruno, que nunca foi muito sutil, foi logo fazendo as apresentações começando um ritual de beijos e apertos de mão para que pudéssemos enfim sentar.
Passados algum tempo ( e alguns goles de cerveja), já estava conversando com todos, rindo e contando como havíamos nos conhecido. Todos pareciam estar muito interessados em tudo aquilo que dizia dando-me total atenção para que eu ficasse o mais confortável possível.
Deviam ser duas da manhã e o bar estava em seu clímax. Em especial, nossa mesa chamava a atenção por ser tão grande e formada por pessoas que arrancava a todos os olhares.
Será que não estaríamos chamando muito a atenção das pessoas daquele bar? Aquela altura, coberto pelos panos das mesas, Bruno estava de mãos dadas comigo e vez ou outra beijava-me o rosto, ou mesmo passava as mãos pelas minhas costas pousando seus braços sobre meus ombros.
Quatro horas da manhã, o bar começava a esvaziar. A banda já não tocava abrindo espaço para um som ambiente tocando bandas conhecidas e consagradas. Estava relaxado, não queria sair daquele lugar, estava com o meu amor e ao lado de agradabilíssimas pessoas, que já foram se tornando minhas amigas também.
Mas sempre há um porém, tudo estava muito feliz, algo deveria acontecer. Passando cambaleante, um rapaz já bêbado tropeçou em nossa mesa derramando toda a sua cerveja em meu tronco e colo. Um completo desastre.
E foi nesse momento, nessa mesma circunstâncias que Bruno, já ríspido, levantou-se e começou a brigar com o rapaz.
- Você não olha por onde anda não? – gritava Bruno.
- Relaxa, a mocinha aqui nem fez escândalo. – Respondeu o rapaz.
Congelei! Fiquei em choque e não sabia como reagir àquela ofensa.
Bruno foi me defender.
- O que? Você está bêbado. Peça desculpas agora.
- Não vou pedir desculpas pra este veadinho.
Vendo que a situação começara a ficar tensa, fui tentando acalmar o Bruno.
- Bruno, relaxa. Não me molhei tanto assim, e o rapaz ainda está bêbado, não vale a pena.
- Não, ele vai te pedir desculpas. – Disse Bruno.
O rapaz, que já ia dando as costas foi interrompido por Bruno que logo o agarrou pela gola da camisa. Estava armada a briga.
Eu não sabia o que fazer, puxava Bruno, mas como ele era mais forte do que eu, não consegui pará-lo. Por vezes batia no homem, em outras levava uns socos.
Os amigos de Bruno, coitados, estavam ainda mais perdidos que eu.
- Gente, ele sempre foi tão pacífico. – Dizia um.
As pessoas que ainda estavam lá, saíam aos poucos de perto evitando serem atingidas inocentemente.
Dois seguranças vieram e afastaram os dois que ainda lutavam, agora para sair dos braços dos seguranças e se engalfinharem novamente.
- Tudo isso pra defender essa bixinha. – Dizia o rapaz.
- Você respeite os outros, moleque. Você ainda nem pediu desculpas para ele. – Berrava Bruno.
Fui aos poucos, com bastante jeito que consegui acalmá-lo, mas aquele era o fim de nossa noite, com uns vermelhões no rosto de Bruno e o orgulho atingido.
Despedimo-nos e fomos embora.
Bom, no estado em que Bruno estava não podia deixá-lo sozinho.
Dentro do carro conversamos brevemente.
- O que foi aquilo? – Perguntei a Bruno.
- O menino te desrespeitou, não podia deixar que ele fizesse isso. Você é meu namorado agora e não vou permitir isso. – Respondeu.
Quando concluiu, Bruno pegou a palma minha mão e a beijou, num gesto sincero e apaixonado. Me rendi e fui logo beijando sua boca.
- Eu te amo, e não vou deixar que nada de ruim te aconteça. Vou te proteger. – Bruno disse.
Fomos para a casa dele, não estava preparado para ir para lá, mas naquele estado, agora era eu quem deveria cuidar dele.
Chegando em sua casa, peguei uma bolsa de gelo e a enchi com alguns cubos. Fui colocando em seu rosto e soprando cada um daqueles vermelhos, marcas de sua briga.
Ele que agora repousava sua cabeça em meu colo para que assim cuidasse dele, tinha seus olhos e atenção todos voltados para mim. E seus olhos não se desviavam.
- Dorme aqui comigo de novo?
- Claro! Já está perto de amanhecer, só não posso sair daqui tão tarde quanto ontem.
Ele puxou minha cabeça em direção a sua e beijou-me. Pus minha mão em seu abdômen e lá ficamos inertes, somente aproveitando aquele momento, o ambiente que era mágico, e meu homem que me amava acima de tudo.
Fomos para seu quarto, e lá dormimos. Desta vez não fizemos sexo, mas melhor, muito melhor, nos abraçamos e assim pegamos num lindo e profundo sono, onde eu tinha o meu homem nos meus braços, olhando para mim e dizendo que me amava mais do que todas as outras coisas. Como eu o amo!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Desejos Vãos.

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!

Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!

Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!

E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras… essas… pisa-as toda a gente!…

Florbela Espanca - Livro das mágoas.
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Florbela Espanca, a tradução da dor e desespero.
Uma poetisa singular em suas palavras e história de vida.
Não um exemplo, mas uma moral.

Aqui venho também falar da minha vontade de escrever um livro de poesias.
O gênero? Não sei.
Identifico como uma mistura entre ultra-romântico e pós-moderno.
Minhas coleções já estão sendo arquivadas para em breve escrever a minha obra.
Uma vida, uma terapia escrita.
Queira Deus que tudo dê certo. Espero ansiosamente que sim.

Espero que tenham gostado do poema que postei; Florbela é uma de minhas grandes inspirações.
Em especial a obra: O livro das mágoas que foi escrito pela mesma.
Uma obra ímpar..a quem se interessar, está muito bem recomendado.

terça-feira, 19 de maio de 2009

...continuação [Parte III]

Naquela mesma manhã, assim que acordei ainda com olhos semicerrados vi que a cama estava vazia.
“Onde estará Bruno?” “Terá ido trabalhar e sequer me avisou?” “Talvez não quisesse me incomodar.” “Será que devo ir embora?” – inúmeras perguntas corriam minha mente para tentar entender o porquê de não vê-lo ali, naquele momento depois de uma noite tão maravilhosa.
Me enrolei naquele lençol escarlate e fui andando pela casa em direção à cozinha.. precisava de um copo de água e, foi lá mesmo na cozinha que o vi somente com uma samba canção preparando uma mesa com pães, manteiga, leite, café e frutas. Era um banquete.
- Ah! Bom dia dorminhoco, como está? – Bruno me perguntou.
- Bem, eu acho. Que horas são?
- Ainda é cedo, não se preocupe com isso.. preparei essa mesa pra você. – Ele respondeu.
- Vou colocar minha roupa. – Respondi.
Voltei e, de fato, aquela mesa parecia bastante convidativa e logo me sentei frente ao meu homem. Peguei uma fatia de pão e já fui passando a manteiga, sem cerimônias, pois também estava faminto e foi aí que ele colocou sua mão sobre a minha e me disse: “Seu cabelo está todo bagunçado.”, e riu num gesto meio sem graça.
- O que? – Fiquei imóvel, achei que ele falaria algo mais romântico ou adequado ao momento onde duas pessoas apaixonadas se sentam para comer.
- Seu cabelo, está bagunçado. – Repetiu a frase.
Meio desconcertado e fazendo questão de apresentar tal reação, passei suavemente as mãos pela minha cabeça para ver se assim aquietava as madeixas.
- Não se preocupe, você fica lindo assim. Um jeito meio menino de ser, foi isso que me conquistou em você. – E Bruno seguiu dizendo: Adorei a nossa noite, você é muito gostoso e eu te quero sempre do meu lado.
Aquele assunto estava me deixando pouco à vontade. Fazer comentários de uma transa é algo excessivamente desconfortável, mas tudo bem!
Depois de comermos fui arrumando os objetos, colocando-os sobre a pia, empilhando-os para que pudessem ser lavados (sempre é educado), mas ele me impediu agarrando minha mão e me puxando para a sala onde ficamos por um tempo vendo desenho na televisão e trocando carícias e beijos.
- Lú, tenho que ir trabalhar. – Bruno me avisou.
- Sim. E eu tenho que ir embora, minha mãe deve estar doida atrás de mim. – Sorri meio sem graça.
Ele se levantou, virou-se para mim e estendeu sua mão. O que aquilo queria dizer?
- Vamos tomar banho. – Respondeu, como se já tivesse lido a minha mente.
Segui-o, e fui novamente tirando minhas roupas. Ele que já estava somente de cueca, facilmente se desfez de toda aquela ornamentação que escondia o seu sexo.
Entramos debaixo do chuveiro e fomos inundados com uma água quentinha e suave que parecia lavar nossas almas. Ele ia me lavando, passando xampu sobre minha cabeça enquanto eu estava de costas para ele, aproveitando também para se encostar-se a mim.
Lavava minha cabeça e descia suas mãos sobre meu corpo, lavando cada pedacinho de mim, me excitando. “Vou cuidar de você agora, menino.” – Bruno dizia. Ele seria meu homem, aquele que cuidaria de mim, me defenderia e muito além... me amaria.
Assim que a espuma se entregava sobre a água deixando-se despregar de meu corpo, Bruno envolvia-me em seus braços fortes e me agarrava, beijava meus lábios. Aquela água escorrendo sobre nossos corpos dava um clima tão sensual àquele momento que mal poderia controlar um gozo.
Ver a água correndo sobre o corpo do meu homem, parecendo gotículas que brotavam de seu âmago, gotas que ia aos poucos sugando a cada passar de minha língua sobre aquele corpo.
Bruno sequer esboçava uma reação, apenas encarava-me nos olhos, olhando meu espírito e beijava-me; em silêncio entramos, e do mesmo modo saímos. Começava a me preocupar.
- Porque você está tão calado? Arrependido por ontem a noite? – Perguntei.
Ele que estava de costas vestindo uma camisa em algodão onde cores claras se destacavam sobre pequenas linhas traçadas ao longo do tecido. Era sexy além de lhe atribuir um ar senhorio. Terminou de abotoar aquela camisa e voltando-se para mim disse que me sentasse. Foi que fiz.
- Lú, tenho que te confessar uma coisa, ...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Mais uma sessão na psicóloga.

Pontualidade britânica - isso é o que me caracteriza.
Chego e sento na mesma poltrona posicionada transversalmente sobre a borda de uma parede.
Paro e... nada me ocorre. O que fazer?
Como sempre...vou analizar o ambiente (que aliás nunca muda).
Um criado mudo branco posicionado ao lado da poltrona de terapeuta que por sua vez estão a minha frente; neste criado encontram-se uma escultura em argila e posteriormente queimada. "Seria barroca?" - Aquilo não me interessava.
Ainda naquele criado, algo que há tempos me intrigava, um copo, e dentro dele um líquido com uma tonalidade meio amarelada...aquela tonalidade seria enfeite do copo ou seria algum suco?
Se fosse suco, de que seria?
Porque minha terapeuta insiste em todas as sessões tomar este mesmo suco?
Insisto... deve ser suco de cajú. Logo percebi pela tonalidade.
Quadros cercam o ambiente da sala e breves palavras saem de minha boca.
- Estou bem! Razoavelmente bem!
E assim começou a sessão.
[...]


Porque é tão difícil conversar?
Porque é tão difícil se abrir com o outro, mesmo sabendo que o outro pode te ajudar e está ali para te ajudar?
Há dúvidas e questionamentos que as respostas para uns são óbvias, para outros, por mais que as procurem, parece impossível de encontrá-las.
Tenho andado em círculos e não sei discernir se tenho estendido a mão para pedir ajuda ou se tenho recolhido a mão para os que me oferecem ajuda.
E sofro, sofro ao saber que muitos à minha volta também sofrem com isso.
Mas vou continuar a viver.
Vou continuar a escrever, pois essa é a única forma de expressão que encontrei.

sábado, 9 de maio de 2009

Confissões.

Estou angustiado.
Sinto dor, tristeza e mágoas, o motivo pelo qual ainda não sei. Tanto faz.
Meu espírito é velho embora esteja em um corpo tão jovem.
Ultimamente passei por coisas terríveis, embora não sejam para muitos de vocês.

Algumas pessoas lembram de seu primeiro beijo, a primeira transa, o primeiro namorado, o primeiro porre, a primeira viagem com os amigos. Não me recordo de nada disso.
Minha mente está vazia, e sequer um sorriso estampa meu rosto.
Coisas banais como estas antes descritas marcam a vida de uma pessoa; coisas estas que não me lembro.
- Quando foi o meu primeiro beijo?
- Nunca tive um namorado em toda a minha vida; sempre solitário.
- Dentre tantos copos já virados, qual deles foi o primeiro?
- Não, já não sei se tenho amigos.

Ultimamente só tenho dormido para passar tamanha dor, para sufocá-la.
Talvez escrever seja uma forma de retirá-la de mim, de exprimi-la, talvez tenha nisso um propósito terapêutico.

A tempos atrás experienciei algo que nunca havia passado antes. Tive o meu primeiro surto psicótico. Esta é a única lembrança que carrego comigo.
Complexa cognição a que se recorda somente de fatos tristes e abstrai momentos felizes. Porque?

Minha família toda preocupada ao ponto de se desfazer, minha psiquiatra que me indicou pra uma psicóloga, remédios e conselhos que dizem que eu não posso mais sair sozinho pelo período de estabilização destes surtos, não posso dirigir, não posso beber ou fumar pois estes aumentam a ansiedade.
Uma vida restrita e incomparavelmente aflitiva. Seria melhor a morte?
Sim, esta tem sido muito pensada ultimamente.
Eu não amo a minha existência. Sempre projetei este papel a outros, e todos falharam neste processo.
Mas como poderiam se sempre fico em esquiva?

Sinto que meus amigos estão me virando as costas... Alguns tem vergonha, outros somente me recriminam. Diziam-me que amigos dá-se para contar nos dedos de uma mão, mentira!
Eles não existem, são colegas, conhecidos com os quais divido experiências.
Talvez esteja sendo um tanto equivocado, mas até que me provem o contrário.
Sou realmente tão frustrado?
Porque nunca ninguém me amou nesta vida?
Qual o meu problema? Sou assim tão repulsivo?

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Finally.

Depois de tanto tempo, finalmente retorno com um pedido de desculpas.
Há justificativas, embora neste momento considero deselegante expo-las.
Aos que frequentam o blog..obrigado comentem, deixem suas críticas e sugestões para que eu possa sempre aprimorar o meu blog.
Enquanto ao meu conto, estarei sempre que possível concluindo pois esta é um crônico com um início, mas sem um fim ainda. rss
Ao longo dos dias gostaria de escreve alguns poemas e outras travessuras das quais me arrisco, só peço que por favor, não copiem e se forem faze-lo, deem os devidos créditos.
Obrigado.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

...continuação [Parte II]

Voltando para casa, pensava no que seria de mim dali para frente. Poderia contar com uma ligação? Uma chamada?
Estava desesperado. Já era dia quando me entreguei à exaustão enquanto meus pais, coitados, sequer desconfiavam de tudo o que havia se passado naquela noite anterior.
Já era tardezinha quando despertei, ainda meio sonolento. Tomei meu merecido banho e fui logo cumprimentar meus parentes por mais um ano de muita felicidade, paz, união, saúde, dinheiro,... coisas das quais todos se cansam de ouvir.
Quando ele me ligaria? Estava começando a ficar nervoso, todos reparavam e perguntavam o por que e, eu dava respostas ainda mais frias e esquivas, afinal, ele havia me esquecido; como disse: relacionamentos gays começam e terminam em uma única noite, em uma única transa.
O dia terminou e Bruno não me ligou, e claro que eu também não ligaria, não iria querer dar o meu braço a torcer.
No dia seguinte voltei para Goiânia. Um pouco mais lúcido e com os pés no chão tentei voltar a minha rotina: Ano novo,vida nova; não seria iludido por ele e mais ninguém novamente e assim o resto de semana correu.
Já estava acostumado com a idéia de ter sido traído por aquelas pseudo juras de amor quando na terça-feira (ainda me lembro bem), dia seis de janeiro, recebo sua ligação.
-Oi lindo! Como você está? – Dizia Bruno naquele mesmo tom que fez com que me apaixonasse por ele.
-Como estou? Imagina... Uma semana esperando você me ligar e nada. Nem imaginava que você ainda fosse ter o meu número. – Disse rispidamente
-Nossa! Desculpe, eu sei que devia ter ligado antes, mas eu estava sem crédito e não tinha como te ligar, mas por que você não me ligou também? – Respondeu meio desconfiado.
-Eu também estava sem crédito. – Menti claro. Sou muito orgulhoso para ligar para o cara no dia seguinte.
-Como você passou o dia seguinte? Eu não paro de pensar em você um minuto sequer... queria te ver novamente. – Bruno me perguntou.
Pronto! Já estava entregue. Se ele ficou uma semana sem me ligar? DANE-SE. Depois destas palavras, haveria de esquecer até mesmo o pior dos crimes.
-Me ver? Poxa, eu já estou em Goiânia e,... – antes que eu pudesse completar o que ia dizer, Bruno já se adianta.
-Perfeito. Eu também moro em Goiânia. – Respondeu entre risos.
-E você já está aqui? – Perguntei-lhe.
-Sim. Podemos nos ver quando?
-Quando você quer? – Passei a bola para ele.
-Pode ser hoje, na minha casa? – Bruno respondeu.
-Claro! Me passe o endereço.
Gravei o seu endereço e logo a noite estaria lá. Era arriscado, mas a vontade de vê-lo novamente era ainda maior.
Enquanto aos meus pais que ainda estavam na cidade? Diria que iria a uma festinha na casa de uma amiga e qualquer coisa dormiria lá mesmo, não tinha como dar errado.
Passei todo o resto do dia pensando, fantasiando como seria aquela noite na presença do meu homem. Será melhor que nosso primeiro encontro? Sairei realizado? Ele me pedirá em namoro? Breves momentos de pensamento mágico, devaneios que às vezes tenho.
Já eram oito horas da noite, estava pronto e já tomando um táxi para a casa de Bruno; pensava o que seria de ali em diante, o que aquela noite me aguardava. Chegando em sua casa, fui de imediato recebido com um beijo.
-Então, você veio. – Disse Bruno. – Entre. Não fique esperando aí parado na porta.
Ainda meio apreensivo entrei e vislumbrei sua casa. Nada muito luxuoso, embora não fosse inteiramente simples. Cada um de seus objetos sobre a estante na sala pareciam ter sido milimetricamente postos, onde disputavam espaço com sua televisão, DVDs e outros artigos eletrônicos de pura distração. Tudo era novo e belo para mim... o conhecera a uns dias e já estava em sua casa presenciando a sua intimidade.
Enquanto conversávamos, ele ligou a televisão, foi na cozinha e logo me trouxe uma garrafa de vinho com duas taças.
-Você está querendo me embebedar? – Perguntei brincando.
-Não preciso disso, já te tenho mesmo lúcido. – Respondeu rindo.
Serviu-me a taça e já fui virando para aliviar a tensão daquele momento.
Conversávamos sobre tudo: História de vida, planos para o futuro, novidades e acontecimentos pessoais, enfim, uma roda de conversa.
Nem me lembro do que estava passando naquela televisão, quando ele a desligou, já veio para cima de mim, me beijando todo; fiquei extasiado.
-Que saudade eu estava de você, sabia? – Bruno me disse.
-Sim! Eu também senti muito a sua falta, cheguei a pensar que você nem me ligaria mais. – Respondi dando um beijo.
-Lógico que eu iria te ligar, não se esqueça o que eu te disse na noite que nos conhecemos: Você é perfeito. Não quero te perder. – Bruno dizia.
Aquilo me soou como uma declaração. Eu estava esperando ouvir aquilo, mas vê-lo dizer tais coisas foi muito além de minhas expectativas, tanto é que por pouco não deixo as lágrimas rolarem, embora meus olhos tenham ficado marejados.
O vinho já estava a uma taça do fim quando ele pediu para que eu me deitasse naquele sofá colocando minha cabeça sobre seu colo, e foi quando me deitei que vi o resultado do vinho, estava um pouco mais leve e o teto rodava vagarosamente.
Fitando seu olho, vi o esboço de um sorriso... e como é lindo o seu sorriso, foi neste instante que ele se abaixou e beijou-me novamente, longamente, passando os dedos por entre meus cabelos lisos e tendo a minha mão direita agarrada sobre a sua nuca forçando um pouco mais de excitação àquele momento.
Nos olhávamos, dizíamos palavras de carinho e trocávamos toques. Estava lindo tendo sua mão alisando meu rosto e cabelo, além de parecer estar praticamente despido aos seus olhos.
Ficamos assim por um intervalo de vinte minutos (se ainda me lembro), quando ele pediu para que eu me levantasse e o acompanhasse ao quarto porque ele tinha uma surpresa, e assim seguimos.
Chegamos no quarto e as únicas coisas que lá haviam era um criado-mudo posicionado ao lado de uma cama de casal, e um guarda-roupa que tomava por inteiro uma das paredes do quarto. Mas além, muito além, o que me agradou foi ver três lindas velas aromatizantes acesas rodeadas por pétalas brancas de rosas sobre o criado-mudo. Aquilo me encantou.
Nunca havia namorado nenhum rapaz antes, e Bruno era o que eu sempre idealizara, um homem lindo e romântico que sabe conquistar com seu requinte, criatividade, inteligência e erotismo.
Fiquei estático. Ele que estava ao meu lado, foi para trás de mim e me deu um abraço onde já pude sentir o início de uma ereção. Virei meu pescoço em sua direção e dei-lhe um beijo.
Quando ele voltou à sala para ligar o som disse-lhe que não queria aquele momento com música, pois acima de tudo, queria poder ouvir os nossos gemidos, o atrito de nossos corpos.
-Você tem razão, será muito melhor ouvir você gemendo meu nome baixinho no meu ouvido. – Bruno me disse sorrindo. – Hoje vamos aproveitar cada momento, só nós dois.
Aquilo foi excitante, confesso.
Ele me puxou para sua cama que estava com um lençol vermelho. Puxou-me e já foi me pedindo para tirar a roupa devagar, como num Streep. Já fui atendendo seu pedido e tirava meu calçado, meia, camisa tudo como num ritual tântrico.
Meu corpo estava em chamas, e Bruno me observava estando somente de cueca cerrando os lábios. Aquilo ativou minha libido e já fui tirando minha calça ficando também somente de cueca e me jogando sobre o corpo de Bruno, beijando sua boca, pescoço, tórax, descendo com uma paciência que o deixava ainda mais desejoso do porvir.
Fui tirando sua cueca e beijando cada centímetro de seu membro que já em riste exalava um aroma familiar. Fui descendo com minha língua milímetro por milímetro... podia ouvir seus sussurros, seus gemidos.
E assim fiquei por um tempo significativo. Quando vi que ele não iria mais agüentar aquela situação, sentei-me de frente a ele cruzando nossas pernas, encostando nossos tórax. Ele me empurrava para mais perto de si, como se já me quisesse dentro dele; fazer-nos um.
Seus olhos cerrados fitavam os meus, sua boca a toda hora era humedecida por sua língua que dançava por seus lábios, pedindo mais e mais.
Minhas mãos deslizavam por suas costas e por vezes puxava-lhe o cabelo (adoro fazer isto) o que fazia com que arrancasse ainda mais suspiros do meu homem.
-Eu não vou agüentar muito tempo mais se você continuar assim. – Disse Bruno.
-Calma! A noite é muito longa e mal começamos o que queremos. – Respondi.
Ele deitou-me sobre a cama com a barriga para cima, foi tirando minha cueca e deitou sobre mim, nossos órgãos lutavam entre si, pois ambos estavam latejantes.
Quando Bruno se colocou de joelhos sobre a cama, já sabia o que haveria após. Ele colocou sob mim um par de almofadas, abriu minhas pernas e colocou-as envoltas ao seu quadril.
Bruno sorria com um ar sacana passando seu pênis em meu ânus me fazendo virar o olho e pedir para que me penetrasse logo.
-Peça para que eu te coma. Peça mais. – Bruno ria sarcasticamente, sentindo-se o dono da situação.
E eu pedia quase implorando para ter aquele homem em mim. E ele me atendeu.
Foi se deitando sobre mim forçando a entrada em meu ânus... ficava me encarando nos olhos, e este olhar me hipnotizou.
Gemia alto e chamava por seu nome. Seu membro já estava dentro de mim, seu corpo estava suado e sua voz começava a ficar rouca me dizendo no ouvido:
-Pronto! Agora você vai ser meu de novo. Rebola para mim? – Perguntou Bruno que foi prontamente atendido quando eu rebolava sobre seu pênis e acariciava sua bunda.
Começava ali aqueles movimentos tão conhecidos; movimentos rítmicos que fazia-nos transportar a um lugar diferente daquele, um lugar de puro erotismo e prazer.
Enquanto ele me penetrava, sua boca se encontrava com a minha, sua mão deslizava sobre meu corpo e minha mão sobre suas costas, pescoço e rosto.
-Meu garoto. Será só meu de agora em diante, eu quero você. – Sussurrava em meu ouvido.
Bruno, depois de um tempo naquela posição colocou-me de joelhos e penetrou-me estando de quatro para ele. Foi a melhor de todas. Bruno parecia irracional, puxava-me pelo cabelo e sugava o meu pescoço enquanto eu me masturbava.
Senti-lo sobre mim foi tão especial, as horas corriam e não nos dávamos conta, pareciam ser minutos, deixávamos nos levar pela excitação, quando a respiração de Bruno foi ficando mais pesada, ele me colocou deitado de lado, virado de costas para ele; ergueu uma de minhas pernas e começou a me penetrar vorazmente, seu pênis vibrava e parecia crescer dentro de mim quando pude perceber seu gozo no instante em que ele foi parando com suas penetrações, deixando seu membro ainda dentro de mim, abaixando minhas pernas e me abraçando. Pude perceber a dimensão da situação quando seu pênis já amolecido saiu de mim e deitei-me de frente para ele. Pude ouvir seu sussurro:
-Te amo!
Aquilo me assustou. Estava dizendo como gratidão à transa? Estava dizendo ludicamente? Será que realmente me amava? A resposta logo apareceu quando pus meus braços sobre seu abdômen, ele com os olhos abertos repetiu olhando em meus olhos.
-Te amo!
Não soube o que fazer. Confundo facilmente amor com paixão e, apesar de termos nos conhecido a pouco tempo sabia que aquilo que eu sentia era mais do que paixão. Nunca amara um homem antes.
Virei de costas para ele e naquela cama deixei silenciosamente as lágrimas correrem. Era um choro sincero, estava confuso em dúvidas comigo mesmo, dúvidas em relação a ele.
Será que ele não estaria enganado dizendo aquelas palavras pra mim? Será que ele não está somente apaixonado? Pensamentos insanos, mas que não podia evitar e não sabia como evitar também.
Ali, as lágrimas correram amargamente. Estava com medo do futuro, do que seria daquela relação, acho que ninguém nunca me amou antes e aquele homem, o homem com o qual sempre sonhei me dizendo aquilo era bom demais para ser verdade. Estaria sonhando?
-O que aconteceu, meu lindo? – Já havia me tornado o seu querido. Bruno perguntou-me isso com uma voz tão doce.
Voltei-me para ele com o rosto molhado e ele assustado me perguntou por que estava chorando.
-Eu também te amo, muito. – Respondi.
-Era isso o que queria ouvir de você. – Bruno me disse.
Abraçou-me e me deu o beijo mais apaixonado de todos.
Era madrugada, estávamos deitados em conchinha, abraçados como um verdadeiro casal. Bruno entrelaçava sua mão sobre a minha, brincava com meus dedos e dizia palavras amorosas em meus ouvidos. Assim adormeci.

domingo, 18 de janeiro de 2009

...continuação

[31 de dezembro de 2008] Não, aquele não seria um dia comum, logo soube pelo clima pelo qual acordei neste dia. E não era somente por ser um dia de festividades.
Refletindo sobre o ano de 2008: Poderia outro ano ter sido melhor?
Tantas conquistas. Haverá muita história para contar sobre este ano.
Fato que houve perdas, mas sempre as temos e isto é inevitável.
O tempo parecia não querer passar enquanto me limitava à decoração daquela festa que sequer iria estar.
Uma reunião de família regrada a muita cerveja, champagne, comida e posteriormente... baixaria.
Não este ano. Passaria com amigos, uma festa simples.
Já pela noite, tudo pronto.
Estava indo ao encontro dos meus amigos. "Este será o melhor reveillon de todos." - Era assim que pensava.
Chegando lá, pasmei: Quem era aquele homem que nunca vi antes?
Tão lindo. Vê-lo fez com que me retraísse por muito tempo e mesmo meus amigos perguntaram o porquê de estar de tal forma.
Respondi que não era nada, mas meus olhos não desviavam daquele rapaz que logo me conquistou. Como era lindo!
Seria ele lindo demais para mim?
Vê-lo fazia com que me sentisse triste, muito triste.
Estava me sentindo tão preso em sua presença, peguei minha cerveja fui para o jardim acender um cigarro... precisava pensar, digerir tudo aquilo que estava vivenciando aquele momento.
Eram aproximadamente 22h30min quando o vejo. Pensava estar sozinho naquele jardim, visualizando cálido luar.
Seu rosto estava mal iluminado apenas por uma lâmpada que irradiava através de uma brecha que vinha da janela da sala e a luz da lua fazendo um contraste de luz e sombra valorizando cada detalhe de seu corpo.
Paralisei por um instante, quando comecei a tossir com a fumaça do cigarro.
-Ei! Melhor ir com calma. – Bruno disse voltando em minha direção, caminhando vagarosamente, cada passo parecia eterno.
Sentou-se ao meu lado, dizia estar apenas aproveitando um pouco de silêncio, já que lá dentro estava muito barulhento devido ao som.
-Nossa! Eu pensava que estava sozinho. – Disse mentindo, claro.
- Não queria ter te assustado... você parecia tão nervoso lá dentro.
-Ah é? E desde quando você está me observando? – Perguntei esperando uma resposta que me desse uma pontinha de esperança e força para que assim pudesse arrancar uma resposta que fizesse com que aquele homem a que tanto cobiçara fosse inteiramente meu.
-Toda a noite estive te observando. – Dizia entre risos. Não vá dizer que não observou meus olhares, assim que te vi percebi que você curtia rapazes e pensei: “Porque não?”
-E foi uma surpresa mesmo. Mas ainda não entendi direito, vá me dizer que você não sabe que o dono dessa festa também é gay? Digo, a maioria de todas essas pessoas aqui são.
-É, eu sei sim mas ...
-Então por que você disse: “... assim que te vi percebi que você curtia rapazes e pensei: Porque não?”
-Calma! O Thiago (dono da festa) é meu primo, mal conheço as pessoas que estão aqui, mas elas mal me interessam também, você é a que se destaca, com sua beleza e agora pelo visto, com sua inteligência e aspereza. –Disse Bruno.
-Aspereza?
-Bom, aspereza não é algo muito bem visto por muitos, mas considero similar à maturidade. – Respondeu Bruno rindo ironicamente.
Confesso que toda aquela conversa não me era nada atraente, quando de fato o que me atraia eram seus olhos; olhos hipnóticos que se contrastava com um sorriso angelical. Neste parágrafo poderia enumerar o que hoje considero suas inúmeras qualidades físicas?
-Você parece ser muito tímido.
-Não sou tímido, estou tímido. – Respondi prontamente.
-Mas por quê? – Disse isso colocando a sua mão sobre a minha; às vezes penso que fez isso de propósito, pois surtiu em mim efeito imediato, logo tremi por inteiro.
-Você é lindo! – Concluiu sua oração.
Aquilo foi o suficiente para mim, num breve momento que creio que para nós tenha sido eterno: um simples cerrar de olhos, o aproximar de nossas cabeças e o tocar de nossos lábios fez daquele momento tão mágico. Ele era mágico.
Agora eu tinha aquele homem para mim. Estaria sendo muito precipitado?Afinal, foi apenas um beijo. Algo breve, mas mágico, que acelerou meu coração de tal que mal cabia dentro de meu peito.
Seus olhos diziam que foi bom, chamavam por mais e mais, ao passo que minha boca chamava por ele, era magnético, era certo que havia finalmente encontrado ali um grande amor.
-Eu quero você para mim esta noite. – Disse Bruno.
Confesso, aquilo me soou meio grosseiro: “esta noite”? Mas fiquei relaxado e resolvi pagar para ver aonde tudo aquilo iria chegar, apesar de crer que demonstrei visualmente minha insatisfação.
Eu estava mudo, extasiado, anestesiado por aquele momento, não conseguia dizer uma palavra sequer, somente abraçá-lo, queria senti-lo cada vez mais e mais, queria tê-lo, olhava e mal podia imaginar como alguém como ele havia se apaixonado por um rapaz como eu, que me considero apenas comum, a vida nos prega peças das quais desconhecemos.
De mãos dadas entramos e logo vimos os olhares curiosos sobre nós, mesmo os meus amigos abismaram ao ver-me timidamente com aquele rapaz e diziam: “Se fosse eu, estaria desfilando com ele pelo salão.”, todos grandes comediantes, claro.
E assim a noite transcorria entre risos, beijos, amassos e algumas outras doses a mais de vodka que foram me deixando mais descontraído.
-Nossa, você está bem alegrinho agora, não? O que aconteceu para tanta mudança?
-Você ainda não viu nada. – Respondi de um modo bastante provocativo.
-E o que você tem para me mostrar? – Sua cara de safado me deixou ainda mais alegre.
Aquela era a minha deixa, puxei-o para fora de casa novamente, ao mesmo local aonde havíamos nos conhecido e nos sentamos no chão. Beijei-o arduamente e ele retribuía com maestria, travamos uma verdadeira luta entre nossas línguas onde não havia vencedores.
Sentei sobre suas pernas estando de frente para ele, puxando sua cabeça para trás me dando livre acesso ao seu pescoço que eu beijava, incansavelmente podendo arrancar dele altos sussurros. Fui ao delírio dando prazer àquele homem, brincava com sua orelha e acariciava o seu cabelo; um belo contraste entre o rude e o suave.
-Você é dez. Como não te conheci antes, eu quero você agora para mim.
-Bruno, você tem certeza do que você fazendo?
Mal terminei minha frase e ele já começou a tirar sua camisa onde pude vislumbrar um corpo todo definido sem um pelo sequer.
-É você o que eu quero. – Logo me respondeu.
Qual não foi minha surpresa quando ele veio sobre mim para tirar a minha camisa. Aquilo me constrangeu, pois me acho feio de corpo, tentava em vão tapar meus seios e barriga quando ele tirava minhas mãos de sobre e me beijava dando-me fortes abraços.
Estava disposto a me proteger de algo que era interno a mim, não sei, mas ele me fazia esquecer todos os meus problemas e complexos, eu me sentia a salvo de tudo que parecia ameaçador, e foi neste sentimento que comecei a me entregar por inteiro, começando por seus beijos, suas carícias que já não sabia como, mas estava debaixo dele.
Tranquilamente tiramos nossas calças sem qualquer medo de sermos vistos, pois aquela altura da festa estavam todos dentro da casa fazendo já os seus votos para o próximo ano que vinha.
Ficávamos nos olhando entre longos beijos e sussurros, baforadas de desejo e suaves toques, carícias e mais carícias; estávamos finalmente despidos de qualquer coisa que nos impedisse de um contato maior e mais íntimo possível (e era o que queríamos).
Sim, ele estava sobre mim e como de praxe coloquei nele a camisinha para que apesar de tudo nos protegêssemos de qualquer porventura e assim nos iniciamos noite adentro.
Sobre mim, Bruno parecia mestre do prazer, como se fossemos feitos um para o outro. Nunca havia acreditado em contos de fadas até conhecê-lo, mas naquele instante todos os meus conceitos foram drasticamente mudados.
Tê-lo inteiramente em mim foi muito além de minhas expectativas.
Sem dor, sem gemidos; somente o nosso prazer, o nosso amor tendo tal cálido luar como testemunha, e que noite aquela que pudemos compartilhar juntos.
Bruno parecia não se cansar de mim. Enquanto sussurrava meu nome, eu o beijava recompensando por tal prazer, era o mínimo que podia fazer por tanta alegria que estava me proporcionando naquele momento.
Sim, eu era dele e ele era somente meu naquela noite. Havia cumplicidade, havia carinho, havia tesão; éramos completos, poderia ser mais perfeito?
Já havíamos nos entregado à exaustão, ao suor de nossos corpos que prostrados repousava um sobre o outro, foi lindo. E para selar este momento nada melhor que um longo beijo, um olhar apaixonado, um passar suave de mãos pelo rosto, estava completo quando ele me disse: “Você é perfeito.”
-Não creio no que acabo de fazer. – Disse isso em um tom quase inaudível quando os fogos começaram a explodir no céu, era meia-noite... fim de um ano, início de outro ano que já começava de modo tão romântico para mim.
Nos abraçamos e pomos a nos deitar um ao lado do outro já vestindo nossas roupas por medo dos que estavam dentro vierem para fora da casa. E foi o que aconteceu... logo, ao nos verem deitados no chão, já imaginaram o que havia ali acontecido, mas relevaram o fato e ficaram também observando o céu nos deixando mais a vontade.
E a noite seguiu, e todos já nos identificava como um casal e nos respeitava como tal.Noite adentro nos divertimos, bebemos e dançamos muito até que chegou a hora de ir embora, talvez seria ali a nossa despedida para nunca mais nos vermos, afinal é assim que muitos “relacionamentos” gays começam e terminam, em uma única noite, uma única transa; o que é uma lástima.
Quatro horas e meia da manhã, e ele pede meu telefone para poder me telefonar para poder me telefonar para que assim pudéssemos nos encontrar futuramente. Talvez eu estivesse enganado sobre ele, por que não? E dei-lhe meu número aguardando um retorno, pegando seu número também por mera causalidade.
Aquele resto de noite mal dormi pensando naquele homem que me conquistou de uma forma que não consigo expressar... vai além de palavras.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Um conto.

- Não creio no que acabo de fazer.
Foram estas as únicas palavras ditas por mim naquele momento onde tudo o que se via eram os fogos explodindo no céu revelando pouco de uma silhueta que a tão pouco havia que conquistado.
Era ele, o rapaz com que por anos sonhei.
Era ele, meu príncipe encantado que viera de meus sonhos em seu cavalo alado desbravando gigantes e dragões transpassando-os com sua espada reluzente...

E foi no último dia do ano que finalmente pude te-lo em mim, sentir cada centímetro de toda o seu corpo sobre o meu.
Não era mais uma garoto qualquer, tornara-me um homem; seu homem.
E como isso me fazia feliz: cada palavra que saía de sua boca, cada carícia, cada beijo, éramos uno e parecia que havíamos nascido um ao outro.

Que horas seriam?
Sequer havia me lembrado a quanto tempo estava alí, o tempo passou e nem me dei conta.




[...] continuação